sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Canalha do Sol

E ela fez de novo, como se o vermelho derramado com salgado já não fosse suficiente. Prometeu que jamais aconteceria outra vez, jurou diante do espelho, selou com lágrimas. "Jamais me apaixonarei outra vez".
Pobre menina, teve a alma fisgada pelo olhar bandido de refém do sol. Podia sentir naqueles lábios o gosto de luz, nas mãos sentia o ardor, pecado, inferno sedutor. O cheiro era de pôr-do-sol.
Como qualquer infrator, ele cuspia na lei. Complicado e perfeitinho, jogou fora o fim de erva queimada. Depois de aproveitar a viagem, de revirar a mente, de suar no corpo inocente, da fome carnal, enfim, o fim.
E de queixo pro sol, ela chorou sorrindo.
"I know I hurt you, I know I hurt you".

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