segunda-feira, 8 de março de 2010

O beijo

Segurou com força nos braços do vento. Temia escorregar no tempo e perder o pôr do sol escarlate que abria o caminho pra Lua.
A viu sorrir quando sem querer (querendo), seu príncipe de fogo beijou a terra ao mesmo tempo que ela.
O suspiro da Noite fez seu corpo estremecer, mas os frio trouxe o calor que sempre esperava ao ver a primeira estrela. Já o vento trouxe os uivos da escuridão, mas nenhum dos dois tinha medo.
Só mais algumas horas pro dia sorrir de novo.

domingo, 7 de março de 2010

Borboletas

As borboletas brincaram por sua pele quando viram o sorriso de amor. Presentearam-na com o colorido de suas asas e voaram contentes, deixando todo o brilho que puderam com ela.
Foram embora, mas ela ainda podia senti-las. Sorriu de novo, por fora e por dentro.
Fechava os olhos e podia sentir os pés melados de açúcar. São de algodão doce, afinal! Seu corpo todo sorria.
Deu as mãos ao tempo, e permitiu que ele a levasse. Não sentiu o vento. Sabia que seria devagar, no tempo do tempo, quando se espera por algo. Não se importou, segurou firme mesmo assim. Quando chegasse a hora, o frio cortaria seu rosto, porque ela não estaria mais sozinha.
Abria os olhos e via o azul engolir seus pensamentos. De certo eram doces como as nuvens.
E as borboletas vão voltar, até que ele chegue e se ocupe de fazê-la brilhar.