quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Canela e Sangue

Do pecado triplo surge o medo. O temor. O sentimento que a enlaçou nele.
Era fácil sentir o pulsar rápido do sangue nas veias. E ela percebia as pernas cederem ao tentar imaginar o tremor das mãos dele.
Não era pra acotecer. Peter jamais a perdoaria. Seria banida de seus próprios sonhos. Não poderia mais olhar pras estrelas esperando que viesse buscá-la. Ele não viria.
Não derramou se quer uma lágrima. Se derramasse, seriam sugadas pelo alívio repentino do tempo.
O cheiro picante enchia o corpo dela de esperanças, mas ele rosnava de raiva por dentro. Seus olhos não conseguiam cruzar os dela, e mesmo assim sentiam-se seguros juntos.
O gosto picante salvou parte de seus sonhos quando o sol levantou. Nunca gostara tanto de vermelho, como naquele dia.
Horas tornaram-se segundos, e ela podia explodir de alegria, se fosse possível. Pan não viria mais, mas ela ainda poderia ver o sorriso sincero e desajustado de seu outro menino. E foi o dia em que ela viu mais sentimento em um sorriso. Desejou que tudo pudesse dar errado do jeito certo, pra poder tê-lo um pouco mais.
E o fim só marcou outro começo. Início de canela, final de sangue. E muitos sorrisos.

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