segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Eles

Sempre sorria torto. Era engraçado, porque era inevitável não sorrir junto, nem que por dentro. Às vezes fazia um biquinho com os lábios, torcendo-os um pouquinho, e isso já era suficiente pra que sua boca formigasse de vontade de beijá-lo. O cabelo, sem jeito, bagunçado, surtia efeito malandro. Os olhos pequenininhos como ímãs, não deixam que se olhe pra outra coisa por muito tempo. E tem a barba recém crescida, que arranha de leve, faz cósegas e levanta os pelinhos do braço. A risada sincera, o jeitinho de olhar de canto quanto está deitado, a mania de segurar a mão e acariciar, as mordidas doídas.
E parece que o Sol deu à benção, que o frio assopra a vontade de se verem, o calor a de se tocarem; que os dias os convidam pra ficar, que as noites os levam pro caminho da malícia. Um lado diz pra se apaixonarem, o outro pra se devorarem. O interessante é que tudo... quer dar algum rumo pra eles.

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